Crise mundial é tema do 12º Boletim Internacional
Publicação apresenta pesquisas realizadas por técnicos e bolsistas da Dinte/Ipea
A décima segunda edição do Boletim de Economia e Política Internacional, publicação da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) do Ipea,
abrange discussões e apontamentos de pesquisas realizadas pela
diretoria no último trimestre de 2012. Mantendo ao caráter temático de
cada edição, nesta, o boletim traz como foco a atual crise financeira
mundial e suas consequências para o Brasil e o mundo.
O objetivo
da publicação é compreender os impactos da crise na economia e na
política, em diferentes regiões do mundo, bem como o posicionamento
estratégico dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e
das principais potências mundiais na busca do seu enfrentamento e
superação.
Edison Benedito da Silva Filho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea,
abre este número com um artigo que apresenta a trajetória da exposição
cambial das empresas exportadoras brasileiras desde 2008 até o período
recente e analisa seus impactos para a vulnerabilidade da economia do
país.
O autor explica que as dificuldades impostas às empresas
brasileiras pela deterioração do ambiente econômico internacional ao
longo de 2008 foram agravadas pelos impactos da brusca desvalorização do
real frente ao dólar e do congelamento do mercado de câmbio no país,
após a falência do banco americano Lehman Brothers, em setembro daquele ano.
O
texto evidencia que é necessário um monitoramento governamental efetivo
do mercado doméstico de derivativos e do grau de exposição cambial do
setor privado
Multilateralismo
Vera Thorstensen, bolsista do Instituto e pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), discute, no artigo Impactos da Crise Econômica e Financeira na Regulação do Comércio Internacional,
os desafios da agenda do multilateralismo diante do recrudescimento da
crise, que tem incentivado os países a buscarem, nos acordos
preferenciais de comércio, uma alternativa para promover a integração
econômica e política.
A autora destaca que as negociações da
Rodada Doha, iniciadas em 2001, encontram-se bloqueadas, desde 2008,
pela falta de interesse político de seus membros em concluir mais uma
etapa do processo de liberalização e estabelecimento de novas regras
para o comércio internacional. A autora defende que a estagnação abala o
sistema de comércio, que se vê pressionado pela necessidade de avançar
na negociação de novos temas de regulação.
O quadro
internacional, segundo o texto, é de fragmentação da estrutura de
regulação do comércio, com a multiplicidade de foros e os inevitáveis
conflitos de regras. Nesse contexto, argumenta Thorstensen, o Brasil
deveria abrir diversas frentes de negociação, não só para explorar
vantagens e desvantagens comerciais, mas também para sinalizar aos
setores industriais e de serviços que o país não pode ficar isolado no
cenário atual.
Os demais artigos abordam a situação da Rússia em
meio à crise econômica internacional; regionalismo concorrente no leste
asiático; acordos de investimento na América do Sul; e a transição de
poder global na segunda década do séc. XXI.
Download do boletim.
Boletim IPEA
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