Pessoas motivadas e felizes garantem maior resultado para as empresas

Com a retomada da economia, 72% dos donos de empresas pesquisadas pelo Sebrae/SP acham que seu faturamento crescerá em 2010, e 71% planejam gastar, principalmente, com a compra de máquinas, equipamentos e reforma das instalações.

A pesquisa revela ainda que, a maioria dos entrevistados (51%) espera aumentar o número de empregados e 80% lançarão novos produtos e serviços no ano que vem. Isto não será diferente em outros Estados brasileiros. Podemos dizer que começamos o ano com o pé direito, certo? Com certeza, mas é necessário lembrar que uma empresa não funciona sem material humano motivado e valorizado.

Muito tem se falado em competitividade, porém pouco tem sem falado no papel das pessoas na busca da mesma. As empresas buscam sucesso, querem aumentar suas receitas e melhorar seu lucro, porém a minoria tem um olhar apurado para aquilo que realmente pode dar lucro para uma empresa, ou seja, “Gente”. Isso mesmo, gente, pessoas, ou como queiram chamar: Recursos Humanos.

Vejo a maioria dos empresários contratando consultores, investindo em tecnologia, comprando carros novos. Mas ainda são poucos aqueles que olham para aquilo que poderá trazer lucro para uma empresa “pessoas motivadas”. Porém, como uma pessoa pode estar motivada para desempenhar sua função, se ela é tratada como lixo, um mal necessário, um custo a mais para a empresa?

Nas minhas experiências como consultor, professor e, sobretudo como funcionário, ouço histórias e me deparo com situações que me causam tristeza. Os gestores acham que pelo simples fato de empregarem uma pessoa, se tornam donos dela (qualquer semelhança com escravidão é mera coincidência), e podem fazer com as pessoas o que quiserem, e utilizam de algumas expressões que nos causam calafrios, como: “Você não é pago para pensar.” “Se você não quer o emprego, tem um monte que quer.” “Você é um custo inviável para empresa.” “Funcionário meu que estuda não serve.”

Agora pergunto: Como alguém pode trabalhar motivado com este tipo de tratamento? A questão é simples de se responder: Impossível! Aquele que trabalha com pessoas deve entender que o principal trunfo de uma empresa são pessoas engajadas, motivadas, envolvidas e que defendem a empresa com unhas, dentes, e, sobretudo com muita inspiração e dedicação. E isso só pode ocorrer se estas pessoas forem respeitadas e tratadas como seres humanos.

Ouça seus colaboradores, peça opiniões, se interesse pelas histórias deles, valorize aqueles que se dedicam e vestem de fato a camisa da empresa, não só os “bajuladores”, mas sim aqueles que acreditam na sua empresa e lutam para que ela seja cada dia melhor.

Faça esta experiência. Pessoas devem ser compreendidas, ouvidas e sobretudo valorizadas, e se você construir estas pequenas redes (que não são difíceis), garanto que a sua empresa vai crescer, se desenvolver, ampliar seu faturamento, diminuir o grau de desperdício, dentre outros benefícios. Pessoas motivadas e felizes darão o resultado que você precisa sem maiores esforços. Elas sabem mais do que ninguém como fazer, quando fazer e para quem fazer, pois afinal, as pessoas são a empresa.

Eduardo Maróstica (Doutor em Administração, Comunicação e Educação. É professor dos cursos de Pós-Graduação do INPG - Instituto Nacional de Pós Graduação e atua como consultor de empresas no Brasil e no exterior).

HSM Online
05/03/2010

Artigo do Prof. Cabrera (EAESP-FGV) na VOCESA

Matando baratas
Luiz Carlos Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da Amrop Panelli Motta Cabrera e membro do Advisory Board da Amrop International (undefined) 08/03/2010

Um de meus passatempos nas férias é pesquisar livros sobre gestão de carreira de autores menos conhecidos, que estejam escrevendo coisas diferentes e interessantes. Alguns de meus parceiros da Amrop me ajudam nessa tarefa, pesquisando em seus países e nas principais escolas de administração ao redor do mundo.

Neste ano, meu sócio de Cingapura, Tan Soo Jin, recomendou um livro chamado Killing Cockroaches (“Matando baratas”, em português), escrito por Tony Morgan, um ex-executivo americano que hoje é ministro de uma grande igreja protestante, a New Spring Church. Logo de cara o título me chamou a atenção. Na introdução, o autor explica que o título é uma metáfora, mas, em todo caso, oferece uma receita de veneno aos incautos que compraram o livro pensando em se livrar de insetos.

Não perca tempo com coisas sem nenhuma importância

Esse começo já me encantou, pois considero o senso de humor uma absoluta questão de inteligência. A explicação para o título curioso vem logo no primeiro capitulo: Tony Morgan era o presidente de uma empresa estatal de serviços com mais de mil empregados e considerava-se um grande líder. Eis que um dia entra em seu escritório uma senhora gritando que havia uma barata em sua sala. Tony se levanta, vai até a sala da senhora e mata a barata. A moral da história é simples: muitas vezes gastamos tempo com coisas urgentes que não são importantes, como matar baratas.

Essas tarefas, em geral, drenam a nossa energia, tomam nosso tempo, mas não contribuem para a consecução dos resultados que estamos perseguindo. No fi - nal do período, o que será cobrado é o resultado pactuado, e não quantas baratas você matou. As baratas infestam o ambiente de trabalho, são as pequenas cobranças de coisas inúteis. Você tem de cuidar para não passar o dia matando baratas. Um ninho de baratas é a caixa de entrada de e-mails.

Você poderá passar o dia inteiro respondendo a mensagens urgentes, mas não importantes. No fi m do dia, quando for cobrado pelos seus objetivos, vai responder: “Não deu, chefe. Tinha muita barata para eu matar”. Caso queira ver o Tony Morgan no YouTube: www.youtube.com/watch?v=IXHne2QjPlM

Luiz Carlos Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da Amrop Panelli Motta Cabrera e membro do Advisory Board da Amrop International