Ranking de empresas Sustentáveis

Sobre o MASP (metodo de análise e solução de problemas)

O MASP é uma metodologia extremamente simples e prática que propicia a utilização das ferramentas da qualidade de forma ordenada e lógica, facilitando a análise de problemas, determinação de suas causas e elaboração de planos de ação para eliminação dessas causas.

Assim, se você ainda tem dúvidas de como implementar a metodologia de análise e solução de problemas, clique aqui para acessar um arquivo com uma explicação muito didática.

E se você quiser conhecer mais sobre o diagrama de Ishikawa (espinha de peixe), visite este link:

http://qualiblog.wordpress.com/2009/03/02/nao-se-engasgue-com-a-espinha-de-peixe/



ARTIGO RAE - FGV(EAESP)

O objetivo central deste trabalho consiste em analisar a forma como Maurício Tragtenberg e Fernando Cláudio Prestes Motta concebem a burocracia. Os objetivos específicos são: compreender as principais características da burocracia segundo Weber, autor central que orienta as obras de Tragtenberg e de Prestes Motta; atingir o entendimento de burocracia expresso na obra de Tragtenberg; apreender o entendimento de burocracia segundo a obra de Prestes Motta.

Fonte: RAE (v51)

Para fazer download do arquivo clique aqui.

Venda da Usiminas?

Venda Usiminas ON

Com os boatos de que o controle de Usiminas pode ser adquirido pela CSN ou Gerdau, as ações ordinárias da siderúrgica (USIM3) têm se apreciado mais do que as preferenciais (USIM5). Faz sentido o prêmio das ações ordinárias em relação às preferenciais?

Visite o Blog "O Estrategista": http://www.valor.com.br/valor-investe/o-estrategista/1009672/venda-usiminas


Artigo - Jornal Valor Econômico (15/09/2011)

Efeitos do sucesso da globalização

Por Tony Volpon

Causa espanto a crise dos Estados Unidos e Europa. Primeiro, por sua extensão, sendo uma crise econômica, financeira, mas também política e social. Segundo, porque as soluções usuais estão falhando. Apesar de cada área representar visões distintas de governança, hoje essa diferenciação parece ser inócua: tanto a resposta social-democrata europeia como a liberal americana parecem inúteis.

Alguns estão vendo esses eventos como uma crise da economia globalizada. Mas é exatamente o contrário: essa é uma crise do sucesso da globalização, especificamente uma globalização chinesa.

A globalização engloba um processo em que novas tecnologias permitem uma dispersão do processo de produção, criando complexas cadeias de ofertas ("supply chains") que exploram as menores vantagens competitivas. Esse processo permitiu quebrar um padrão de produção onde a adição de valor agregado via processos intensivos de tecnologia ficavam restritos aos países desenvolvidos, com os países em desenvolvimento sendo basicamente exportadores de matérias primas.

A situação distinta que vivemos hoje é resultado da coincidência da aplicação de novas tecnologias ao processo produtivo e a abertura econômica chinesa. A abertura chinesa proveu ao sistema econômico mundial uma vasta, disciplinada e barata mão de obra para realizar todo o potencial das novas tecnologias.

Essa reordenação da estrutura produtiva quebra o "pacto social" entre trabalhadores e a classe dirigente nos países desenvolvidos. Agora os interesses das elites desses países estão mais alinhados com os interesses dos países em desenvolvimento, e não com o trabalhador do seu país que por décadas se acostumou com um crescente padrão de vida fruto do seu lugar privilegiado na economia global. Apesar das grandes diferenças entre a Europa e os Estados Unidos, essas duas sociedades utilizaram o mesmo expediente para enfrentar as consequências dessas mudanças: o endividamento.

Nos Estados Unidos vemos o esvaziamento do movimento sindical e adoção de políticas tributária regressivas, processos que causaram grande concentração e estagnação da renda. A compensação vem com bens mais baratos, "Made in China", e grande aumento no crédito, este fornecido exatamente por países asiáticos que "reciclam" suas reservas para o crédito ao consumidor americano, especialmente o crédito imobiliário. O crédito farto permite que o consumo cresça apesar da estagnação da renda, enquanto a alta dos preços no mercado imobiliário cria temporária sensação de riqueza.

Essa "dupla bolha" imobiliária e de crédito estoura em 2008. O governo Obama decide apostar tudo em um grande programa fiscal sem promover um "encontro de contas" entre devedores e credores, o que seria o equivalente a injetar adrenalina em um corpo morto. O que começou como crise do endividamento privado se transforma em crise de endividamento soberana, sem retorno duradouro do crescimento.

Na Europa, a história não foi diferente. Vemos uma fuga da indústria, mas principalmente do sul. O norte da Europa, com sua indústria de alta precisão continua competitiva e próspera dado o grande crescimento de venda nos países emergentes. O modelo social democrata minimiza a concentração e estagnação da renda, mas ao custo de um crescente desemprego estrutural.

Enquanto os acontecimentos desses últimos meses são espantosos, eles fazem parte de um processo histórico, uma globalização "made in China", uma mudança de poder global que será complexa e caótica, mas que promete seguir seu curso inexorável.

Mas, como nos Estados Unidos, os trabalhadores do sul da Europa perdem seus empregos industriais, mas ganham, em compensação, uma moeda única que permite forte crescimento do crédito, especialmente para o mercado imobiliário.

Tal processo gera fortes desequilíbrios fiscais e de conta corrente entre os países da zona do euro, com o superavitário norte emprestando para o deficitário sul. Com o início da crise vemos mais um conjunto de mal pensadas apostas fiscais sem um devido encontro de contas entre devedores e credores, o que coloca todo o sistema bancário da zona do euro em perigo.

A China nesse cenário enfrenta seu próprio conjunto de desafios e problemas. Suas taxas de investimentos, que chegam a 50% do Produto Interno Bruto (PIB), podem assegurar seu forte crescimento, mas não são sustentáveis. O modelo chinês tem que transitar para ao consumo, em detrimento dos investimentos e exportações, uma transição perigosa. Mas na China, diferente dos Estados Unidos e Europa, investimentos são destinados à infraestrutura e indústria e não ao mercado imobiliário. No caso chinês é difícil acreditar que um país em desenvolvimento precise de boas oportunidades de investimento. E o governo chinês tem na manga uma enorme "carta" para enfrentar qualquer problema: pode deslanchar o que seria o maior processo de privatização da história.

A crise atual, de certa forma, não merece ser chamada de "crise". Uma crise denota um período excepcional, curto a agudo. Enquanto os acontecimentos desses últimos meses são espantosos, eles fazem parte de um processo histórico, uma globalização "Made in China", um deslocamento de poder global que será complexo e caótico, mas que promete seguir seu curso inexorável.

Tony Volpon é diretor do Nomura Securities International, Inc.

Entrevista Roger Scruton

Ao clicar neste link, você poderá ver a entrevista do filósofo inglês, onde ele diz que os quebra-quebras em Londres são obra de uma juventude dependente e ressentida, criada pelo excesso de políticas estatais assistencialistas.

Fonte: Veja no.2235 de 17/09/2011

Blog do pesquisador USP atualizado

O blog da USP está atualizado.

Visite, basta clicar no link abaixo:

http://stoa.usp.br/senabe/weblog/

Material Cesit - IE Unicamp

Na presente edição da Carta Social e do Trabalho (nº 12), é publicado um
importante trabalho coletivo desenvolvido por professores e pesquisadores do CESIT:
“Trabalho no governo Lula: uma reflexão sobre a recente experiência brasileira”.
Para acessar o material, clique aqui.

Crise financeira mostra regime em beco sem saída, diz Chesnais

15/08/2011 - 05h30


ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO

A crise financeira não tem final à vista. O modelo de crescimento baseado em endividamento, seguido nos países ricos, está num beco sem saída. E o calcado em exportações de insumos --como o do Brasil-- pode não funcionar por muito tempo.

A análise é do economista marxista francês François Chesnais, 77, professor emérito da Universidade de Paris 13 e autor de "A Mundialização do Capital" (1996) e organizador de "A Finança Mundializada" (2005).

Para ele, os protestos em Londres, no Chile e no Oriente Médio são expressão "de uma doença mundial criada pelo caminho tomado pelo neoliberalismo e pela dominação das finanças". Numa época de valorização do consumismo, são "reações ao extraordinário abismo social", afirma.



O economista e professor da Universidade Paris 13 François Chesnais é especialista em globalização de mercados

Folha - Qual a natureza da crise atual?

François Chesnais - O momento atual é um novo episódio na crise mundial. Ela começou há cinco anos, teve seu ponto mais crítico em setembro de 2008, com a quebra do Lehmann Brothers, e não tem um final à vista. Foi prenunciada pela crise asiática (1997-1998) e, no campo das finanças, pela quase quebra do Long Term Capital Management, no início da crise financeira russa. Eventos-chave nos anos 2000 e 2001 lançaram as bases para a eclosão da crise: o crash da Nasdaq, a resposta norte-americana ao 11 de Setembro, as guerras no Iraque e no Afeganistão, muito custosas política e financeiramente, e a entrada da China na Organização Mundial do Comércio.

Quais são as causas?

O funcionamento da economia mundial desde o início dos anos 2000 se baseou em dois pilares: o regime de crescimento guiado pela dívida, adotado pelos EUA e pela Europa, e o regime de crescimento orientado por exportações globais, no qual a China é a principal base industrial, e o Brasil, a Argentina e a Indonésia são os provedores-chave de recursos naturais. A crise representa o beco sem saída, o impasse absoluto do regime guiado pela dívida. O segundo pilar está levemente melhor, mas o crescimento baseado em exportações globais não poderá funcionar por muito tempo sem uma forte demanda externa, especialmente dos EUA e da União Europeia.

Por que há tensão nos mercados?

Os investidores financeiros estão extremamente preocupados. Há a perspectiva de um segundo mergulho da economia dos EUA, uma crise em forma de "W" nas economias avançadas. Outro risco é a vulnerabilidade do sistema bancário europeu, na zona do euro e também no Reino Unido. Há também o perigo de que o lento crescimento faça com que empréstimos públicos e privados sejam cada vez mais difíceis de serem recuperados.

Qual a situação na Europa?

Na União Europeia, desde abril de 2010, tem havido um contínuo fluxo de dinheiro público para alguns governos e para os bancos. Isso tem sido acoplado a políticas de austeridade muito drásticas em alguns países, que os arrastou à recessão (-4% na Grécia). Com isso, fica impossível o repagamento da dívida soberana. Provoca a quebra de empresas, além de levar os sistemas bancários na Grécia, na Itália e na Espanha para uma cada vez maior proximidade do colapso. Isso ameaça bancos nos países do coração da zona do euro, especialmente na França.

A situação dos bancos é preocupante?

Os eventos nas Bolsas estão sendo subordinados a situações bancárias críticas. Em 2008, a ameaça às finanças globais veio dos bancos de investimento dos EUA e das grandes seguradoras. O próximo episódio financeiro maior acontecerá quando um segmento do sistema bancário da Europa entrar em colapso na Grécia, Espanha ou Itália. A atual turbulência nas Bolsas é a expressão do pânico do investidor, que tenta antecipar esse tipo de evento. Seu principal efeito é contribuir para a efetiva ocorrência de um desastre em algum lugar. Isso afeta o comportamento do consumidor de renda mais alta e desencoraja investimentos da classe média.

Nos seus livros, o sr. descreve os detalhes do avanço das finanças. Como avalia o atual momento na história do capitalismo?

É possível traçar paralelos com o passado. Mas em nenhum período anterior foram tão elevados a quantidade de ações e títulos, os ganhos dos rentistas e nem foi tão grande a quantidade em circulação do que eu chamo de "capital monetário elevado à enézima potência". Nunca os lucros financeiros foram tão altos em comparação com a atividade produtiva. Há as consequências da globalização neoliberal contemporânea. Nunca as finanças foram tão desreguladas. Nunca a capacidade dos governos de recuperar o controle sobre as finanças foi tão fraca. A extrema fraqueza da liderança política é uma consequência direta disso. Mas há uma nova dimensão da história do capitalismo.

Qual é?

Essa nova dimensão é a crise ambiental, começando com as mudanças climáticas, que se desenvolve em paralelo à ascensão das finanças e de sua crise. Por isso, entramos nas piores condições possíveis numa era em que a civilização --como a concebemos, no Ocidente e no Oriente-- está patinando. Nossa era é uma em que as enormes e concentradas forças econômicas estão sendo chamadas a agir em tempos de crise, o que Naomi Klein chama de "a doutrina do choque": setores poderosos da sociedade não apenas protegem eles mesmos, mas usam catástrofes para ampliar sua dominação. A forma como o furacão Katrina foi tratado em Nova Orleans mostra que isso vale para grandes eventos ambientais. Alguma coisa muito perturbadora ocorreu silenciosamente na França e, imagino, em outros lugares: a "luta contra a mudança climática" foi substituída pela "adaptação à mudança climática".

Os governos deveriam jogar mais dinheiro nos mercados financeiros?

As políticas fiscais anunciadas ou já decretadas são fortemente pró-cíclicas. Elas acentuam o beco sem saída do regime de crescimento e a incapacidade que a elite dirigente tem de imaginar qualquer outra maneira de reger a economia. Não haverá fim para a crise mundial enquanto os bancos e os investidores financeiros estiverem no comando, fazendo políticas totalmente dirigidas pelos interesses dos rentistas e dando respostas à crise dominadas por tentativas de dar sobrevida ao regime guiado pela dívida.

O que precisaria ser feito para a retomada da crescimento?

Nos EUA e na Europa a recuperação requer o reestabelecimento do poder de compra das classes baixas e médias, a recriação e expansão da capacidade dos Estados de fazer os investimentos sociais e ambientais necessários e o estabelecimento de um sistema monetário internacional estável, não subordinado ao capital financeiro. As condições para isso vão incluir o cancelamento de boa parte da dívida soberana, assim como de boa parte da dívida doméstica; o reestabelecimento de uma taxação correta para a renda das finanças e do capital (um retorno aos níveis de 1970 seria um começo); o reestabelecimento de um verdadeiro controle público do sistema de crédito; um controle restrito dos fluxos de capital e uma luta efetiva contra os paraísos fiscais.

Qual sua visão sobre o poder das agências de classificação de risco?

O poder das agências de classificação de risco apenas espelha o quanto os governos foram colocados nas mãos das finanças. Mostra a extensão da abdicação do poder dos governos, que mudaram as finanças públicas de uma forma baseada em impostos para uma baseada em dívida. Meu livro mais recente, "Les Dettes Illégitimes, Comment les banques ont fait main basse sur les politiques publiques" (2011) [As dívidas ilegítimas, como os bancos fizeram para manipular as políticas públicas, em tradução livre], enfatiza que, em 1980, a dívida pública da França era de 5% do PIB. Mostro que o crescimento é consequência da diminuição dos impostos para os de renda alta, os ricos em patrimônio e lucros, e dos gastos em programas públicos de financiamento custosos, que se tornaram elefantes brancos, como o Rafale que nenhum país comprou.

E o que ocorre agora?

As agências de risco estão pressionando a elite política francesa para aprofundar as políticas de austeridade. Isso no contexto de uma situação de quase recessão --0% de crescimento e desemprego acima de 9%. A recessão mundial de 2008-2009 mostrou a fraqueza da indústria francesa e os efeitos desastrosos do jogo no mercado da União Europeia. O que é necessário é uma política industrial e tecnológica comum, um sistema de intervenção comum. É possível que, nos próximos meses, ocorra na França uma reação popular contra os próximos cortes de orçamento.

As revoltas no Norte da África e no Oriente Médio, o movimento dos "indignados" na Espanha e agora os protestos em Londres têm alguma ligação?

Eu adicionaria à lista as enormes marchas em Tel Aviv, com 200 mil pessoas, e em outras cidades contra a alta nos preços dos alimentos e o desemprego. E também esse extraordinário movimento dos estudantes no Chile. Cada um desses movimentos precisa ser analisado com cuidado. São obviamente expressão de uma doença mundial criada pelo caminho tomado pelo neoliberalismo e pela dominação das finanças.

O que os movimentos têm em comum?

Eles têm em comum o fato de terem sido estimulados pela juventude. Em muitos casos são liderados por jovens líderes que estão emergindo do movimento. São todos reações ao extraordinário abismo social num tempo em que o consumismo é projetado mundialmente pela tecnologia contemporânea e pelas estratégias de mídia. Cada um tem suas idiossincrasias nacionais e suas trajetórias políticas. Em cada caso há uma diferente mistura de um componente fundamental democrático, com conteúdo anticapitalista. Reagem ao fato de a eles ter sido negada a posse de bens que outros da sua mesma geração possuem no seu cotidiano. A crescente percepção da corrupção politico-financeira atiça a indignação e, no caso dos jovens mais pobres, os faz usar os únicos métodos que têm à disposição.

Como os partidos conservadores, social-democratas e a esquerda estão reagindo a essa situação?

Para os partidos conservadores, é sempre sobre "lei e ordem". Os social-democratas estão em profunda confusão. As forças da esquerda têm sido fortemente puxadas para o jogo institucional. Tomara que a duração, a severidade e os altos riscos da combinação entre as crises econômica e ambiental permitam o renascimento de uma forma de atividade política que comece a realmente desafiar o sistema. Na Europa, foi na Grécia que a mobilização de massa da juventude mostrou o conteúdo político mais profundo. Espero que seja o modelo para outros países.